Aros
olímpicos são resgatados e Tom Cruise cai do céu na cerimônia de
encerramento de Paris 2024
Medalhistas
de ouro do vôlei de praia,
Ana Patrícia e Duda levam a
bandeira do Brasil no Stade de
France, que assistiu a uma
passagem de bastão
cinematográfica para Los
Angeles 2028
Na
cerimônia de encerramento das
Olimpíadas de Paris 2024,
uma medalha de ouro gigante
foi colocada ao centro do
palco, premiando todos os
atletas que emprestaram seu
brilho à Cidade Luz. Na tarde
deste domingo, a festa foi
toda deles, mas a emoção foi
compartilhada por todos os que
assistiram ao evento ao vivo,
no Stade de France, ou pela
TV, no mundo todo.
E
a passagem de bastão para Los
Angeles 2028 foi
cinematográfica, estrelada
pelo astro Tom Cruise,
que desceu do alto da
cobertura do estádio
pendurado em uma corda e
carregou a bandeira olímpica
de moto, no melhor estilo
"Missão
Impossível".
É
difícil segurar essa emoção
ao fim de cada edição de
Jogos Olímpicos, um evento
especial, que a cada quatro
anos reúne os melhores
atletas de todos os cantos do
mundo. Em Paris 2024, mais de
10.500 homens e mulheres
incríveis de 206 países e do
time de refugiados foram
protagonistas de histórias
inesquecíveis, recordes
assombrosos e momentos mexeram
com os sentimentos de todos os
amantes do esporte.
Entre
eles, a maratona feminina, que
aconteceu na madrugada. Nela,
a holandesa Sifan Hassan
ultrapassou a etíope Tigst
Assefa, recordista mundial da
prova, nos últimos metros,
bateu o recorde olímpico e
ainda se tornou a primeira
mulher a ganhar o ouro
olímpico nos 5.000m, nos
10.000m e nos 42,195km. A
premiação das duas e da
queniana Hellen Obiri, que
ficou com o bronze, foi um dos
pontos altos do encerramento.
Um momento já tradicional,
mas que ganhou aplausos
entusiasmados do público
presente.
A
cerimônia começou com uma
ode à cidade-sede, em uma
performance musical da
canção Sous le ciel de Paris
(Sob o céu de Paris, em
português) no Jardim de
Tulleries, onde a pira
olímpica foi apagada e a
chama transferida para uma
lanterna. O nadador francês
Léon Marchand, que saiu das
Olimpíadas com quatro
medalhas de ouro e uma de
bronze, foi o encarregado de
retirar a chama da pira e
começar seu caminho para o
Stade de France.
No
estádio, uma orquestra entoou
a Marselhesa, o hino francês,
enquanto as bandeiras francesa
e olímpica foram hasteadas.
Em seguida, os atletas
porta-bandeiras entraram. O
Brasil foi representado pelas
jogadoras de vôlei de praia
Duda e Ana Patrícia, duas
mulheres medalhistas de ouro
numa edição tão forte para
o esporte feminino brasileiro.
Afinal, das 20 medalhas
brasileiras nos Jogos, 12
vieram de atletas e equipes
femininas, incluindo as três
douradas.
Os
atletas ainda presentes em
Paris entraram e transformaram
o estádio em baile,
dançando, se abraçando,
rindo e celebrando o fim de um
ciclo olímpico e o início de
outro. Na delegação
brasileira, a alegria
transbordava, com atletas com
medalhas no peito e outros que
deixaram as frustrações de
lado para viver o momento.
As
ginastas do conjunto da
ginástica rítmica, que
viveram uma grande decepção
na sexta-feira ao não se
classificar para a final
quando uma delas, Victória
Borges, precisou competir
lesionada, estavam presentes.
Riram, pularam e tiraram fotos
em volta da cadeira de rodas
que levava Vicky, de perna
imobilizada.
Após
algumas cerimônias
protocolares, o estádio ficou
quase completamente às
escuras, com algumas luzes se
acendendo e apagando e grandes
lonas subindo, cheias de ar,
formando montanhas envolvidas
por uma neblina formada por
uma substância que lembrava
gelo seco. Refletores se
acenderam no cenário
fantasmagórico, apontando
para o alto, de onde um
"viajante dourado"
desceu. Uma figura alienígena
vinda do céu e que se
encontrou, ao chegar ao palco,
com o mascarado misterioso e a
amazona prateada que
conduziram a cerimônia de
abertura.
O
viajante dourado começou
então a explorar as ruínas
da nossa civilização,
desenterrando a estátua da
Vitória Alada da Samotrácia,
escultura que representa a
deusa grega da vitória, da
força e da velocidade, Nice,
presente em todas as medalhas
olímpicas. Um balé aconteceu
no palco enquanto foi feita a
escavação dos aros
olímpicos, restaurando os
ideais dos Jogos.
Bandas
e cantores franceses ocuparam
o centro do palco, iluminados
por luzes típicas de boates e
cercados pelos atletas,
verdadeiros astros da noite.
Night forte em Paris, antes de
começarem os discursos das
autoridades. Primeiro, com
Tony Estanguet, presidente do
Comitê Organizador de Paris
2024, seguido por Thomas Bach,
presidente do Comitê
Olímpico Internacional (COI).
-
Nós sabíamos que você
seriam brilhantes, mas vocês
foram mais. Vocês foram
mágicos - disse Estanguet, se
dirigindo aos atletas.
A
passagem de bastão de Paris
2024 para Los Angeles 2028 foi
digna do que se espera da
cidade onde Hollywood se
encontra. Começou com o astro
do cinema Tom Cruise descendo
do alto da cobertura do Stade
de France pendurado em uma
corda, seguiu com ele levando
a bandeira olímpica numa moto
e partiu para a exibição de
um show numa praia de Los
Angeles, com apresentações
de Red Hot Chili Peppers,
Billie Eilish e Snoop Dogg -
que esteve em praticamente
todas as arenas de Paris nas
duas últimas semanas.
Léon
Marchand entrou no estádio
com a chama olímpica. Thomas
Bach declarou os Jogos
Olímpicos de Paris 2024
encerrados, apagou a chama e
conclamou os jovens para as
Olimpíadas de Los Angeles
2028.
Para
o grande final, a cantora
francesa Yseult interpretou a
música "My Way",
famosa na voz de Frank
Sinatra, composta pelo frances
Jacques Revaux e com letra do
canadense Paul Anka. Na
versão cantada por Yseult,
partes em inglês e francês
se alternaram. No fim, a letra
diz "voilà, nous l'avons
fait comme ça",
livremente traduzido como
"pronto, foi assim que
nós fizemos". Paris
celebrou as Olimpíadas que
realizou, do seu jeito, e
agora se prepara para os Jogos
Paralímpicos, que serão
disputados entre os dias 28 de
agosto e 8 de setembro.